Aos defensores da linguagem tipicamente correta que me perdoem, pois na minha crônica usarei um linguajar popular da Bahia, que admiro e acho bastante criativo, porém será um trabalho desvinculado de qualquer intenção acadêmica. Espero que entendam. Axé!
Sai cedo, avexada, iria fazer exames laboratoriais, afinal estou no período de amarrar o facão e naquele dia a minha rotina seria alterada.
Peguei um buzu socado que me deixou apoquentada, pois a arabaca nem saia do lugar e o motô parecia uma banana mole. Olhei para o meu roscófi e falei ao motô:
-Umbora, motô! Tenho hora para chegar! Ele nem me deu a mínima. Porém um saido começou arreliar:
_Tá com pressa pegue um taxi!
Como não estava atrás de bolodório. Deixei ele conversando fiado. O que eu desejava era chegar a tempo.
Cheguei boiada e vixe Mariá! já havia uma fila enorme que se aproximava da estrada - era um lugar derrubado. “-Tô campada, numa cafua dessa, será que serei atendida?” Pensei, e se cair um torô, onde iremos nos proteger?
A fila começou a crescer... crescer...e até aquele momento ninguém foi atendido. Comecei a ficar de caroara e nem tinha um lugar para sentar e ainda por cima não tinha tomado um menorzinho.
Na fila teve de tudo , o couro comeu, era um qui-ui-qui ca-ca-ca, um enxame de gente fazendo uma zoada danada.
Fiquei tão agoniada, retada da vida que pensei tirar o corpo. – Deus é mais! dos tempo, pago meu plano em dia e tenho que passar por isso, ô paí ô! Porém não perdi a pose, continuei na fila toda emperiquetada, quando uma senhora toda espótica se aproximou e me perguntou:
-Trouxe a seringa para a coleta?
Ôxente, gente! Home quá! eu estava na fila do SUS.
Sem nenhum preconceito aos usuários do SUS e sim ao atendimento, a eles dispensado.
Valentina Luzia de Jesus