É dia de casamento
Há festa na capoeira
Da quinta do Zé da Horta
E para este lindo evento
Faz-se festa de primeira
E ninguém ficará à porta
Duas galinhas poedeiras
Sensuais até mais não
Se preparavam para casar.
Não iam ficar para freiras
Vão assim dar o coração
A dois galos sem vacilar.
As noivas, jovens e virgens
Nem ovos queriam pôr
Garantindo a virgindade
De família de boas origens
Cheias de milho e pudor
Com valor e qualidade.
Os galos, já divorciados
Admiravam as suas amadas
Quando passavam, vaidosas
Logo à noite seremos casados
Bico no bico, serão bicadas
De amor em polvorosa.
Deram o sim com sinceridade
Voltaram para a capoeira
Asa na asa e mais uma bicadela.
O aperitivo da divindade
Uma entrada preparada lá na eira
E um jantar de arroz de cabidela.
A. da fonseca