Vai que dá tudo errado – Lizaldo Vieira
O rio não tá peixe
Não tem pente pra careca
Nem pipoca pra bonguelo
Brasil andou
Por nuvem cheia de descarga
Ainda negam
A autoria de Santo Dumont
Ou será que o 14 bis
Foi uma bombinha de são João
Saindo por aí
Rasgando as nuvens
Com coisas dessa tal naves especial
Nossa cabeça de gente miúda
Anda zonza
Tomaram até meu jegue
Pra virar jabá
Não tem cangalha
Nem caçaú
Acabou estrada vicinal
Bochechas de caxumba
Chute no balde
No pau da barraca
O céu não parece na animado
Com tanta doença pra curar
Não jeito que dê jeito
Caganeira de pirão de osso de correr
Frieira de inverno
Bicho de ruma
Partes baixas com íngua
Dente podre
Dor nos quartos
Quebranto
Barriga quebrada
Constipação
Bicho de pé Unheiro
Pano branco Gôgo
Gastura
Quentura
Veia quebrada
Vista cansada
Mal do vento
Espinhela caída
Caxumba
Dor nos ossos
Ainda mais
Com esse monte de diacho que rola das nuvens
Meteoritos
Granizo
Água acida
Camada de ozônio com ferrugem
Trem bala á caminho de marte
Não se sabe qual a próxima parada
Se no canta galo
Ou em carro quebrado
O galo cantou
Mais mingue sabe aonde
Só viu foi o desabamento da choupana
No roçado de tio nhô
Vai que não da certo
Os experimentos atômicos
O petróleo
Do pré-sal
Como acho que não deu
A viagem do homem
Pra lua
Na arca de Noé
Não há mais lugar pra salvação
Vai que o certo não é tão certo
E a vaca vai pro brejo
Enquanto ficamos com os porcos na roça
Só vendo de braços cruzados
O acontece com a floresta caatinga
Lá em casa pintou ciúme novo
Sem disfarçar
Vovó é papai outra vez
Tá certo isso
Nos mesmo
Já nem sabemos
O que tá certo ou errado
E esse modelo de sociedade já compromete
De morte
As futuras gerações
O rio tá doente
A terra tá com febre
Tenho medo dessa casa de aranha
Cruzando as vias sinuosas
Um transito doentio
Carregado de morte
Carradas de passivo ambiental
Mata o quarteirão dos manguezais
Não quero um dia me arrepender
Mal pensado
Muito errado
Pagarei caro pelos pecados
Minha tinha tem cumeeira de cambota
Parede de sopapo
Chão batido
Fogão de trempe
E nada desaba com ás águas de março
de vez em quando
Depara-me com desgraças cotidianas
Enchentes da rua
Deslizamento do paredão
Alagamento do barraco
Apesar dos grandes formadores de opinião
Acharem o máximo
E taca fogo nas manchetes do dia
Com esse tal projeto de vida pelo mundo afora
Bolou o show de piadas
Com as presepadas Feliciana
Estrelado por mequetrefe
Basta de nutrir sonhos de vermes
Uns sonhos de vampiros do assalto
Perguntemos
Porque o primata fez tudo errado
Deixando seus descendentes
Transformar o nosso lugar
Em terá de ninguém
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...