Sonetos : 

NÃO ME ENTREGO

 




Deram-me espinhos, em vez de rosas,
Garras no lugar de mãos, um canteiro,
Onde nada cresce, iludidas as prosas,
Dão seu último suspiro, tão derradeiro.

E as minhas palavras, sempre airosas,
Vastos céus, como subtis candeeiros,
Lançam-se no precipício, já temerosas
Sem saber quem do verso é o primeiro.

E assim o plantio de meu astuto jardim,
Ergo co a força dos braços, esperança,
Caminhando, lado a lado, junto a mim.

E então nessa jarda nasce uma mulher,
Comungando comigo uma dúctil aliança
Cientes, saibam já, não é uma qualquer.


Jorge Humberto
05/12/07




 
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jorgehumberto
 
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