Poemas : 

In vitro veritas

 

Um homem baila no fundo de uma garrafa

Tem saia de tule e um cheiro sujo de cachaça

Tem sorriso de almocreve, de caminho afogado

Porta de cinema, em dia de greve fechado



Uma bailarina tomba na música de pontas

Arriscando muito para além das contas

Tem passos que quase parecem de dança

Tem dias que sobram de dedos lassos



Ri todo o maralhal daquela quase afronta

Mas é só barata no fundo d’um copo

Noite feita de estragos de pouca monta



E um velho, fazendo de conta que eu não o topo

Adivinha o tempo num quadro de fundo vermelho



 
Autor
José Torres
 
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