Saio desse caos outra, alheia.
Nego-me do que deixo de ser.
Não acontece morrer simplesmente,
mas já não sou.
Das cinzas renasço
mais uma vez,
e mais um de mim, prevejo
virá assombrar-me.
São meras vidas minhas,
fantasmas.
O que seria de mim sem eles,
comburente,
essência omnipresente?
Ardo na pressão, chego a cinzas,
para me organizar de novo.
Eu outra da que fui renasço,
cada vez melhor, mas fraca.
Pois eles são mais para me assombrar.
Maria Toranja