Filho de mãe solteira,
a minha vida inteira,
mendiguei carinhos,
vendo em cada rosto estranho,
a figura que quem me gerou,
não me teve amor, renegou.
minha mão, se agora me escuta,
sei que nunca foi uma santa,
mourejou sempre na labuta,
para que eu tivesse um lar,
mesmo sem a figura paterna.
minha irmã, na sala de jantar,
se distrai não se importa.
mas ela tem um pai.
a mãe que divide comigo,
não lhe fez essa desfeita,
deu-lhe mais que um bom lar.
estou perdido, sem esperanças,
sem nada para me guiar.
preciso do carinho,
de alguém para adotar.
hoje eu quero ficar em casa,
não quero ver estranhos
que me fazem lembrar amargurado
do pai que eu perdi
sem nunca ter conhecido.