Prosas Poéticas : 

Minha vida em 12 linhas e um fiapo de lã

 
De tudo que sou resta muito pouco do que fui. Nasci de uma fêmea, morri por dezenas delas. Assassinado por beijos e asfixiado por perfumes.
Tornei-me homem e para ser um homem completo, com agá maiúsculo, tive que render-me à sabedoria das mulheres. Criaram um nome para isso: metrosexual.
O que escrevo já aprendi a não assinar embaixo, minha identidade está nas entrelinhas e não há como falsificá-la.
Creio em Deus e torço imensamente para que ele creia em mim, mesmo sendo tão pequeno em minha fé. Sou mineiro. Só isso daria para escrever um livro. Sou poeta, dá para fazer uma coletânea. Sou sensível, por favor, quando estiver comigo carregue sempre um lenço na bolsa.
Amo minha mulher e musa e sou profundamente amado. Minha vida é letra de fado que o sangue lusitano em minhas veias insiste em despertar.
Meu amor pela poesia talvez não seja tão grande quanto ao amor por mim mesmo. Meu ego anda a esmo enquanto durmo a procurar um espelho onde lhe caiba sua imagem incomensurável. Censurável? Talvez...


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Mauro Gouvêa
 
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