Estávamos em Julho de 1969, e, no dia 19, meu aniversário, a atenção de todo o povo se concentrava na viagem à Lua, pois a missão Apollo se propunha a pousar, permitindo que o homem passeasse no solo lunar.
O pouso estava marcado para o dia seguinte, 20 de Julho.
Eu estava encantado com a idéia, nos meus dezenove anos de idade, maravilhado com o desenvolvimento científico-tecnológico que possibilitava essa viagem.
Noticiários de rádio, TV, revistas e jornais, não paravam de falar do assunto, mostrando, em preto e branco, as imagens do nosso satélite, as fotos dos astronautas e do foguete que os levaria até lá.
Ocorre que um vizinho nosso, o Sr. José, com seus 65 anos, aproximadamente, estava por demais preocupado.
Ele, mineiro de Itajubá, humilde ascensorista, não aceitava a idéia da viagem, e ficava esbravejando “com esse povo que pensa poder ir à Lua. Os homens não podem ir à lua”, ele dizia.
Eu, já acostumado a conversar com ele, fui explicando em uma linguagem mais simples para que ele entendesse, mas estava difícil.
Em determinado momento, ele foi peremptório:
- “O homem não conseguirá entrar na Lua! Por onde ele vai entrar”?
Eu pensei um pouco, e, mostrando em uma revista a foto da Lua, e, pensando ter encerrado o assunto, mostrei-lhe as várias crateras e disse:
- “Eles vão entrar por um desses buracos...”
Ao que ele respondeu:
- “Se eles entrarem, a Lua vai se quebrar e cair na Terra!”
Apavorado, foi rezar mais um pouco e eu, desistindo de explicar qualquer outra coisa, fui curtir o meu aniversário, esperando que a missão Apollo 11 tivesse êxito e os astronautas voltassem em segurança à sua base.
No dia 20 foi a maior festa! Afinal, a Lua não se quebrou, e a missão foi um sucesso!
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