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Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.
quando sentires minha
caravela singrando
teus olhos, cuidas das íris
e das meninas
(tuas jóias)
pirata, sou... velejando em
transparentes mares
que apontem conchas
e pérolas...
que não detenham nevoeiros
e águas escuras
que permitam ancoras
e profundos mergulhos
não aporto em superfícies
de praias garimpadas
desiludidos cais
arruinados com estacas
capengadas
preciso que o sol se derrame no mar
incidindo nas velas deste barco,
de sorte que se sustentará sobre a
vaga mais alta pra avistar os tesouros
abstrusos
(que estão lá)
em choques de ondas com penhascos...
ou,
em cavernas submersas
sem desbraves de sentimentos
naufragados.
Pirata, sou...
vasculho mares
indômitos
buscando preciosidades
com risco de afogar-me
num oceano de ilusões.