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Internação

 
Internação
 


Deito à beira duma praia em luto
sofrendo por mar esticado em pedra
fria cruzando ondas no peito. Entre
penugens dos olhos vejo o céu chorando
lúgubre essa morte, sacudindo madeixas
pretas; cabelos soltos e óculo escuro
escondendo parte do rosto.
Descortinada falência trágica;
rebelião de ondas versus raios,
sanhas de incompatibilidades;
(e) ventos de convivências.
Naufraga assim minha vigilenga;
tudo cinza por dentro.
Contrastando, passa por fora um senhor
calmo e calvo de pele azul, tufos brancos
nas orelhas carregando bandeja amarela.
Caminha arrepiando lençol de mar com
carícias de brisa, sem atentar-se que
uma nau

[amor recheado de sonhos]

foi abocanhada pela linha do horizonte...

Passou lindo, lindo, aquele moço,
sem que percebesse meus olhos
salsos de despedida.



Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

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Autor
MarySSantos
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/04/2013 23:43  Atualizado: 03/04/2013 23:43
 Re: Internação
cinzentos os versos mas o final coloriu um pouco o sentimento. gosto do que escreves. parabéns lusos.