Deito à beira duma praia em luto
sofrendo por mar esticado em pedra
fria cruzando ondas no peito. Entre
penugens dos olhos vejo o céu chorando
lúgubre essa morte, sacudindo madeixas
pretas; cabelos soltos e óculo escuro
escondendo parte do rosto.
Descortinada falência trágica;
rebelião de ondas versus raios,
sanhas de incompatibilidades;
(e) ventos de convivências.
Naufraga assim minha vigilenga;
tudo cinza por dentro.
Contrastando, passa por fora um senhor
calmo e calvo de pele azul, tufos brancos
nas orelhas carregando bandeja amarela.
Caminha arrepiando lençol de mar com
carícias de brisa, sem atentar-se que
uma nau
[amor recheado de sonhos]
foi abocanhada pela linha do horizonte...
Passou lindo, lindo, aquele moço,
sem que percebesse meus olhos
salsos de despedida.
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.