Mais um Natal caindo pela chaminé.
Os olhos abrem-se de acordo com o tamanho dos cordões da bolsa.
Os corações que estão no sítio certo semtem o calor da época.
Os meus olhos resvalam do sublime para o mais abjecto e hipócrita e o meu passo estuga ainda mais.
Tudo se revela importante neste estranho mundo e por vezes são as ausências e as faltas que nos constituem ao invés das posses e presenças.
Rendo-me ao inevitável excesso da quadra e acabo por descobrir a melhor das realidades possíveis num mundo essencialmente criado de ilusões.
O cheiro dos azevinhos passados traz os mortos á minha mesa.
Um de boina nos joelhos bebericando bagaço maternalmente adoçado,
outro dedilhando a guitarra com o Sonho nos olhos, alguém em segundo plano lava as mãos em <em>loop</em> e entristece-me não ter mais memórias.
A tristeza já foi a enterrar e hoje persistem as doces memórias e a luminosa esperança duma reunião futura.
Encaro as minhas falhas com algum carinho e prometo a mim mesmo fazer melhor no próximo natal.
Os perdidos que me precedem e procedem tentam a todo custo encontrar um novo sentido que eles não querem sentir.
Afago as minhas alvas barbas e de HOHOHO em punho
encho as rubras peúgas de lixo que para nada serve...
HOHOHO!!! HOHOHO!!! HOHOHO!!!
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.