O poema está à tua espera
veste meias de renda, ligas
Salto alto de quem te dera
Num corpo de palavras tidas
Já lá está o teu cão filado
salivando pela tua demora
Um cego sem trela, irritado
E um puto que já namora
Chegas sem meias medidas
Despindo pela cabeça o asno
Que foste nas horas perdidas
Fica o poema assim pasmo
Cego do puto d'outras vidas
Na verdade de um orgasmo