Dentro da mais rígida, da mais dura,
Dentro da mais ríspida e suja "armadura"
Repousa um ser servil e mui mal amado
Que vive amalgamado em amargura
Com o corpo calmo, o coração gamado
Com a mais estranha e bestial criatura.
Como "cutucaria" minha tia Tuca:
"Quem cria, atura..."
"Quem cria, atura..."
Corredia como a água mais escura
Vai roçando a relva e o arvoredo
Moldando a terra mole e o rochedo
Tanto bate, rebate "inté" que fura...
Traz a língua bifurcada e mui ferina
Onde toca a relva não mais verdura
Faz ser feia a suave brisa matutina
Eclipsa o dia de diamantina alvura...
Tem os gestos frios, frouxos e doentes
Da boca só sai enxofre e malefícios
As mamas murchas, feias e pendentes
As palavras boas? Desperdícios, artifícios...
Usura!.. Usura!... Usura!...
Quando alguém a atormenta
Ela grita, chora, esperneia e urra;
Ridícula, age de forma violenta
Na esperança boba de ser ouvida.
Porém não sabe que nesta vida
Nem para todo mal existe... Cura.
Gyl Ferrys