Mulher dos olhos serenos,
Dos seios dois pêssegos pequenos,
Do corpo formoso torneado...
É você a fonte primordial dos meus pecados,
A Iara das águas ágatas vítreas liquidas,
Dos nocivos olhos negros venenos acesos,
Das curas cascatas causas das infinitas feridas...
Que vontade insana de te dar um beijo!
Queria te fazer um vestido de flores
Fazer várias trancinhas em teus cabelos
Dispersar pelos ares néctar e odores
Tampar tua boquinha com meu dedo
(Para que guarde nosso eterno segredo)
Levar-te no cavalo campolina pelas estradas,
Saltando obstáculos, quebrantando gravetos.
Tudo isso a luz de uma noite clara enluarada
(Realizar todas tuas fantasias e desejos...)
Vem, serpente amada imaculada,
Fazer um poiso em mim ou uma morada
Nos emaranhados dos sonhos meus!
Destila teu turvo leite voluptuoso!...
Vem, fruta pulcra de divinas delícias,
Faz um homem ser menino de novo!
Criatura mais linda, sou ave aos olhos teus!...
Desencanta, idolatrada, liberte o pó de tuas asas
Por favor! Leva-me para mais próximo de...Deus!
Gyl Ferrys