NORMA
Pelas ruas sozinha ela caminhava...
Ainda vestida de camisola, Norma estava.
Poucas horas antes do amanhecer,
Numa madrugada chuvosa, mas não fria...
Era outono, temperatura agradável.
Levava sobre o ombro, o casaquinho amarelo que ele lhe dera,
Quando ainda estavam juntos, na última primavera...
Ruas vazias, ninguém por ali andava...
E ela seguia sem rumo certo:
Decidira sair de casa.
O tic tac do relógio na parede, a incomodara na noite insone.
Pegou apenas o guarda chuva e o casaquinho, caso sentisse algum frio.
E batendo a porta do apartamento, ganhou a rua para caminhar...
Não sabia como resolver as coisas.
A indecisão lhe acompanhava nos últimos dias...
Tirava-lhe o sono,
O que faria?
Mudar para outro lugar, seria a solução,
Ou ali mesmo ficar, numa cidade de ilusão?
Norma criara uma norma para sua vida:
Se aqui ou ali, não estivesse dando certo,
Para outro lugar ela iria.
Era o seu 'espírito cigano'
Nesses instantes, que prevalecia.
Fátima Abreu