Fecho meus olhos e parece que sinto
As fragrâncias dos lilases e absintos
Mesclados com as essências orientais
Que os meus olhos pequenos e mortais
Perdem-se nesses confusos labirintos.
Meus dedos procuram, mas nunca te encontra
Por mais que eu me esforce para eles esticar.
Meu nono sentido te sonda e se confronta
Com a magia emanada na tua forma de me olhar.
Olhos nos olhos
Boca na boca
Rios ao mar...
Perco-me em devaneios pueris com meu sorriso
De menino manso e mineiro.
Fico a lembrar dos meus dias felizes no terreiro
Da casa onde ouviu os meus primeiros vagidos...
Se eu beijo o pai da poesia
Ou se eu beijo a sua filha
Minha boca fica sempre a pedir...
Mais:
Mais de ti e de mim
Mais um pouco de nós.
Um pouco mais...
Esticar meus dedos...
Acordar desses pesadelos,
Dessas noites confusas e invernais...
Se rodeio e nesse mar eu não navego
É porque já fui Ulisses e fui Homero
Entre esfíngicos rochedos deprimidos.
Fecho meus olhos e parece que sinto
Uma mistura de pessoas vivas e abissais;
Fragrâncias lilases orientais de absintos
Que os meus olhos negros e pequeninos
Nunca viram assim tão... Iguais!
Gyl Ferrys