Poemas : 

Absintos

 
Fecho meus olhos e parece que sinto
As fragrâncias dos lilases e absintos
Mesclados com as essências orientais
Que os meus olhos pequenos e mortais
Perdem-se nesses confusos labirintos.

Meus dedos procuram, mas nunca te encontra
Por mais que eu me esforce para eles esticar.
Meu nono sentido te sonda e se confronta
Com a magia emanada na tua forma de me olhar.

Olhos nos olhos
Boca na boca
Rios ao mar...

Perco-me em devaneios pueris com meu sorriso
De menino manso e mineiro.
Fico a lembrar dos meus dias felizes no terreiro
Da casa onde ouviu os meus primeiros vagidos...

Se eu beijo o pai da poesia
Ou se eu beijo a sua filha
Minha boca fica sempre a pedir...
Mais:
Mais de ti e de mim
Mais um pouco de nós.

Um pouco mais...
Esticar meus dedos...
Acordar desses pesadelos,
Dessas noites confusas e invernais...

Se rodeio e nesse mar eu não navego
É porque já fui Ulisses e fui Homero
Entre esfíngicos rochedos deprimidos.

Fecho meus olhos e parece que sinto
Uma mistura de pessoas vivas e abissais;
Fragrâncias lilases orientais de absintos
Que os meus olhos negros e pequeninos
Nunca viram assim tão... Iguais!


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/03/2013 13:32  Atualizado: 24/03/2013 13:32
 Re: Absintos
Olá, amigo poeta! Gostei de te ler, gostei de te rever por aqui. Bom demais ver o novo e antigo luso no seu melhor. Belíssimo poema, com os versos que nos transportam até o teu recanto. parabéns!

abraços


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/03/2013 16:20  Atualizado: 25/03/2013 16:20
 Re: Absintos
Boa tarde poeta Gyl.
Um escrever denso, marcante na vida.
Gostei.

Cumprimentos,

Frank_Mike