Estou (re)pousado em meu leito
Tal qual um pássaro em espreita
Do alimento apetitoso e nutritivo
A espera da Dona da minha vida
Que se faz vulto através da cortina,
Que acaba de desligar o chuveiro
Deixando o ambiente do nosso banheiro
Exalando perfumosas essências
Femininas.
O liquido lhe prateia o corpo inteiro
E certas gotículas que usam de abusos
Para percorrer aquilo que é meu,
(Que adoro como se fosse um deus)
Bailam como bailam os bailarinos russos.
Os cabelos caindo em novelos de negrura
Fazendo mais belos os finos e alvos ombros
Que saltita meu coração e quase me assombro
Quando percebo os púbis colorando a cintura.
Vem toda movimento e toda formosura
Olhos me envolvendo como rios ou fumaça
Que chego a sorrir, achando graça
Quando o meu nome não diz: Sussurra.
Roça minha derme em sutis e libidinosos
Gestos
De uma tal forma e de uma tal maneira
Que, meus amigos, eu confesso,
Foi muito gostosa a nossa brincadeira.
Foi um ranger de dentes e um ranger de cama;
Um vai-e-vem malicioso e tão divino
Que vi, por ali, anjinhos nos assistindo,
Se delibando com dois corpos em chamas,
Se entrecortando em sensações novas e loucas,
Que vi um anjo tampando os olhos e a boca
Com vergonha e para esconder o sorriso.
Sem pudor e isentos de todos os pecados
Nossos corpos amarrotando pêlos e lençóis
Numa cena mágica que digo que dois arrebóis
Não produziriam espetáculo tão fantástico!
Gyl Ferrys