Crónicas : 

A poesia como razão de ser

 

Que dizer da poesia? Que dizer de quem escreve e faz dos sentimentos tinta que borra o papel em traços delineados pela emoção. Dizer que o poeta é um mentiroso, é muito simples, dizer que é flor a desabrochar, muito rebuscado, ou não estará na morte da flor um sublime espaço poético? Não estará na verdade que o poeta escancara por vezes de forma subjectiva o ultimo objectivo da poesia?
Ser poeta não é ser mais alto, é ser o comum dos comuns e nessa humildade ser capaz de ver o que mais ninguém vê, fazer da vaidade alavanca que o torna, aí sim, mais alto porque comungando das vivências do que o envolve, veste-se de povo, despe-se de preconceitos, porque nem tudo na poesia são cores do arco-íris ou amor desbravado a talho de rimas e confissões melosas.
Ser poeta é ser capaz de escrever verdade ainda que minta no pressuposto do que sente no momento, mas a ideia subliminar deve e tem de ser sempre verdadeira por força da razão poética e da não desvirtuação do dom que almeja. A verdade e o inconformismo consubstanciam o que de mais virtuoso a poesia encerra.
O poeta é por isso e antes de mais, um intervencionista. E sempre que um poeta se cala é uma andorinha que morre, uma primavera que empobrece.
 
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jaber
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/03/2013 16:44  Atualizado: 21/03/2013 16:44
 Re: A poesia como razão de ser
Porra Javer... muito bem. Há muito que não ouvia falar da poesia por estes lados.
Um poeta é um camelo e tudo, mais o que disseste. Não, não é ser mais alto… nem ser como pessoa que de pessoa tinha muito pouco porque nunca teve colhões de gente, embora tenha sido um génio
Ser poeta é bater a porta e andar à porrada e amar, sobretudo amar
Ser poeta é ser um entre o povo
Ser poeta não é andar em filas, ser poeta é dizer
E ser
Depois do arco-íris

Um abraço

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/03/2013 17:01  Atualizado: 21/03/2013 17:01
 Re: A poesia como razão de ser
Venho cá de novo porque fiquei a pensar e vou dizer isto: os génios arruinaram tantos mundos.
Dito isto pergunto, além dos milhões e milhões de poetas por este mundo fora, hoje há poetas? Ou será que os anularam para se verem…
Já um amigo escreveu: “hoje é a brincar” achas que mataram a poesia?
é uma era virtual de rodas de prata e outros labirintos nocivos e isso não ajuda a poesia:
o uivo de uma criança