Poemas : 

Bem-me-quer

 


Uma mosca poisa nas minhas pétalas
traz os pezinhos cheios de merda

Alguém devia ensinar às moscas um tapete
papel higiénico ou mesmo um toalhete

Se fosse abelha que me sugasse
Se fosse até cigarra que me fumasse

Mas mosca suja, que vive em palacete
Não!


Poisam políticos nas minhas pétalas
Moscardos de merda que não limpam os pés

Ninguém os ensina
Ninguém os para

Toda a gente acampa sobre os seus chulés
E ninguém limpa os pés


Sou bem-me-quer
Sou bem-me-quer


E sozinho consigo pedir meças a Deus
E sozinho consigo insultá-lo


Rodeado de merda por todos os lados
Transformo palavras rudes em amores
Toco tambores
E sei de cor a que cheiram as flores


Só não sei o que é preciso para a fotossíntese dos homens


Ensaio poemas
mesmo quando me cheira a merda por todos os lados
E nesses dilemas sou abelha, abelhão, zangão


Deixo palavras-pólen para os que depois de mim virão

 
Autor
José Torres
 
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Enviado por Tópico
José Torres
Publicado: 17/03/2013 19:49  Atualizado: 17/03/2013 19:49
Membro de honra
Usuário desde: 24/02/2013
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Mensagens: 124
 Re: Bem-me-quer
Acho que fazem muitíssimo bem em não comentar poemas de merda.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/03/2013 20:43  Atualizado: 17/03/2013 20:43
 Re: Bem-me-quer
Sabes, a critica que o poema expressa é correta. Também , o homem não tem conserto, nem síntese... só foto e mais fotos. Mas, esse excesso de 'merda' derruba o 'objeto estético' na minha opinião (que nada vale), não gosto da palavra m... em poemas, cheira mal... estraga.

Entretanto, sabemos que gostos não se discutem..."jamais!"