As velhas
Sentam-se as velhas na orla do mar
rostos ao sol e lenços ao vento,
a recordar estórias desse tempo
em que estendiam sargaço a secar...
Sentam-se as velhas nas pedras do cais,
a segredar coisas tão mexeriqueiras,
falam de amores, de negras carpideiras
e de naufrágios em noites de luar...
Sentam-se as velhas no adro da igreja
esconjurando a bruxa malfazeja
que as tornou tão velhas e cansadas...
Sentam-se as velhas no "jardim dos peixinhos"
por ali andam a saltar os netinhos
que são os anjos nas noites estreladas.
Maria Helena Amaro
Inédito, janeiro de 2010
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2013/03/as-velhas.html
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