Eram finos alfinetes,
as hastes da maldição,
aguçadas como machete,
aço frio que acomete,
o que é seu que etiquete,
transformando em marionete,
colocando aquela alma,
em estado que vegete,
para as hordas demoníacas,
sendo só um joquete,
ás vontades submete,
sem que nada objete.
Eram finos alfinetes,
finos mesmo, bastonetes,
que o fogo não derrete,
do diabo são sinetes
que ao mal tudo arremete,
no escuro faroletes
que ao bem só maniete,
nada há que os aquiete,
das maldades que acarrete,
em pró do satã valete,
que montado em seu ginete,
alisando o topete,
de enxofre derretido
vem cheirando sabonete,
cantarola em tom falsete
abanando um ramalhete,
deslizando em vagonete,
recitando um verbete.
Eram finos alfinetes,
no bolsinho do colete,
meio assim como lembrete,
de uma coisa que projete.
nas beiradas do corpete,
para dentro se intromete,
atrapalha a garçonete
o serviço da lanchonete.
No casebre ou palacete,
no duplex ou quitinete,
só maldades é que promete
a malícia então repete.
Não há nada que o vete,
nem derrube o seu barrete,
que entorte o cassetete,
nem repare o seu cacoete,
Eram finos alfinetes,
do aço frio um filete,
colocados nas narinas,
finas hastes, estiletes,
para que a alma assim espete,
como parte de um vudu,
um bilhete infernal,
tão cruel esse bracelete,
ao caos tudo arremete.
by ArysG@iovani