Poemas : 

Máquina de letras

 
.

No início do poema,
o vocativo.
O chamado da fagulha
para a explosão semântica.
O poema é tão complexo,
tão imaterial,
para além da palavra.
O poema lava
de um vulcão de outro mundo.
Quando invoco o poema
ou o fantasma do poeta,
não há fuga nem forma deles
para além de mim.
É por dentro da minha pele
que o poema pode ser.
É do útero do meu corpo todo
que ele pode nascer.
O poema só ocorre
do que escorre de mim.
É por isso que leio
ávida e devoradamente
as letras de outros poetas,
e até dicionários,
hinários
e bulas de receituários.
É para dar opção ao poema,
mais cor.
As palavras infiltradas
em mim
são o genoma do poema.
O resto é caos.
Estocástico.

.

 
Autor
thiagodebarros
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/03/2013 01:01  Atualizado: 12/03/2013 01:01
 Re: Máquina de letras
Boa noite poeta.
A essência das palavras no seio da poesia.
Parabéns.

Cumprimentos,


Frank_Mike


Enviado por Tópico
Srimilton
Publicado: 12/03/2013 01:14  Atualizado: 12/03/2013 01:14
Membro de honra
Usuário desde: 15/02/2013
Localidade: Nenhuma
Mensagens: 1830
 Re: Máquina de letras
Gostei dessa leitura. O motivo é muito bom!

Muita luz.

MF.


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 12/03/2013 03:07  Atualizado: 12/03/2013 03:07
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6700
 Re: Máquina de letras
Criativo e introspectivo.
O poeta dentro do poema
ou vice-versa.Apreciei!