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Astaroth,
uivo no fim do corredor.
Folha grande que cai
pendida em fita crepe.
Anotações do pensamento livre
e números da sorte.
A morte é uma garrafa de vinho
à beira do lago.
O poema de antes
escrito numa nota real.
Dois.
Entre o deus louvado
e a tartaruga.
Árvores do passado
ganham vida
e vêm apertar minha mão.
Árvore falsa,
de brinco,
coberta de musgo
e outras vegetações
rasteiras.
Não culpo a árvore
mas tenho que odiá-la,
agora,
pelo atrevimento
de vir meter os galhos
em meu macaco.
Essas árvores,
antes gente,
foram assaz indecentes
(e ainda são).
Mostram dentes de árvores,
lívidas,
como se gente ainda
(mas não são).
Eu ajoelho no tablado
e rezo a São Jimi Hendrix
pintado à guache
em outro papel.
Eu prego o retrato
em outra árvore,
para ferir a falsa,
a ex-gente.
Ora, deixem-me de vez,
galhos torcidos de culpas.
Afasta de mim tais raízes.
Volte para onde floresça
meu esquecimento.
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