Sangra
Sangue que verte do meu passado
Sangra minh'alma, "com'um" cordeiro.
Doce sangue, sangue dourado,
Sangue que morre, em mim, traiçoeiro
Saudades deságua nas veias
E molha o sono, que me rodeia
E como o pão que come o diabo
Como o mostro preso nas teias
Vou vivendo o doce sangue
Da morte, da vida inteira
Do passado que eu nem escolhi
E do futuro que vivo calado
Da dor que grita a sorte
Confiança nas mãos do homem
Que me pintem essa cor da morte!