INTERSTÍCIOS NO MEU CAMINHO
Agora é que percebo:
Aonde quer que vá, os hiatos me acompanham grudentos.
Não deixo de trilhar uma via sequer
Sem que o mister de estacar não faça sombra.
Ao que parece, mesmo escolhendo uma senda,
A mínima passada já me soçobra todas as forças que o corpo
arhi-ma-a-ze-to-na.
Eu sei, não possuo a vontade nem acuidade necessárias
Para suplantar obstáculos e prosseguir na minha jornada
[de abortadas batalhas.
Não querendo reconhecer-me um fraco,
Radio a culpa para quem estiver a meu lado.
Sei, os vácuos são parte de minha vil compleição.
Sei, os hiatos são buracos negros que me arrastam
Ao nada do ser aonde quer que vão. Aliás, conforme fazem
Os presentes versos que exaro a vós com não-hiata sequidão.
Sei, minha vida são malhas viárias intermináveis, plenas de
[melancolia
reclusa e solidão incansável.