Poemas : 

Eclesiastes

 
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Não vai dar para fazer
o que eu queria.
Não vai dar para querer
o que eu faria.
Posso na medida do poço,
lamaçal.
No meio do caminho,
pedras,
leões diários,
dromedários
e o inferno.
Os outros.
Atolado até o pescoço
profundo fosso
de lôdo,
ledo engôdo
de um suspiro
último
espirro de esperança.
O céu entretém meu tédio.
As andorinhas em vôo kamikaze,
os urubus em vôo plácido
de corrente de ar,
limpando impurezas invisíveis
e comendo carniça
quando em terra,
quando em nós,
terrenos.
Debaixo do céu
tudo é vaidade.

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Autor
thiagodebarros
 
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