Em um canto da sala existe uma mesa
Em baixo da mesa está uma sandália
A sandália é usada, suja e maltratada
Em cima da mesa está um copo sujo
E a metade de um pão
Sugerindo que a outra metade foi devorada.
No teto da sala, que é uma sala antiga,
Existe um forro de madeira trançada
E no centro do teto da sala
Existe uma pequena lâmpada
Que mal ilumina o recinto.
Na parede um velho relógio
Toca as oito badalas desafinadas
Assustando um gato que estava dormindo.
Uma barata voa nesse espaço,
Sem ser perturbada,
Mas, de repente é sobressaltada
por uma forte rajada de ar
Que entra pela janela adentro.
Alem da surpresa da barata
O vento provoca um pequeno desastre
No armário que existe perto da mesa.
A porta desse armário, que estava aberta,
É arremessada várias vezes
Que, em sequencia rápidas
Provoca um ruído forte
Levando o gato que ainda estava grogue
A despertar de vez.
Esperto, o gato avista a barata,
Que estava a deriva empurrada
Pelo vento inesperado.
O gato imediatamente se arma
E, põem toda carga para alcançá-la,
Porém, a investida é mal sucedida.
A barata consegue desviar-se da boca do gato
E voa agora desesperada para longe daquele inimigo feroz
Voa, voa, numa velocidade nunca por ela alcançada.
O gato, frustrado, pelo fracasso do bote
Se arremessa para mais uma tentativa
De alcançar a barata,
Que já nessa hora dispunha
De uma distância segura do gato.
Todavia, em segundos o espaço entre a barata assustada e o gato feroz, Ficou reduzido a poucos palmos,
O gato veloz estava muito perto
Para desintegrar a barata exausta.
Com tudo a favor do gato,
Já era favas contadas
O desfecho da tragédia da barata,
Que excitada pelo bafo da boca do inimigo
Voava mais e mais rápido,
Aproximado-se mais e mais de uma das paredes da sala.
Para o gato, só faltava quase nada para devorar a barata.
Para a barata, só faltava um esforço supremo, que
o arremessaria para uma altura salvadora na parede, que a deixaria livre de ser triturada pelos dentes afiados do gato.
o inevitável finalmente acontece...
O gato num esforço supremo joga-se no ar para comer a barata
E a barata num esforço supremo joga-se para o alto e consegue
Chegar ao porto seguro, distante dos dentes e língua do gato,
Na parede salvadora.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 7 de março de 2013
Chicão de Bodocongó foi a melhor maneira de homenagear o bairro que moro a trinta anos na cidade de Campina Grande ( Bodocongó ), Paraíba. O meu nome é Francisco de Assis que é acompanhado pelo sobrenome Cunha Metri e faz pouco dias que venho publican...