NATAL DESCONTRAÍDO
Sempre falta alguma coisa que complete a noite de Natal. Comigo
Não foi diferente, faltaram alguns gêneros. E fui direto ao Hiper
Bom Preço de Casa Forte. Dificuldade houve de início, à procura
de estacionamento, mas consegui. O Super Mercado estava
lotado: Mulheres novas, envelhecidas e até crianças. Difícil era
transitar naquele espaço. Aventurei-me. Após o carro quase
cheio, procurei a fila do caixa. Também com impedimento achei
um bom lugar. Aconteceu que, após enfrentar todos os obstáculos,
aproximou-se de mim um jovem de aproximadamente 22 anos,
que disse: O meu nome é Francisco. Estou desempregado e a
minha casa está vazia... Interrompi-lhe e disse: Você quer uma
ajuda não é?... Não vai tê-la, pois estou apenas com cartão de
crédito. Ele triste e desconfiado, logo se afastou. De repente
senti arrependimento de meu gesto, mormente por ter visto centenas
de carros cheios de alimentos. Deixei o meu na fila e sai em
busca de Francisco. Não o encontrei. Até comentei comigo:
o cabra é um fraco, na primeira negativa desaparece em vez
de procurar outros. Esquecera-me de que ali é proibido pedir e os guardas
transitam a todo o momento. Continuei na fila chateado por não
ter dado uma ajuda ao eleitor de Lula. Paguei e sai do caixa com
direção ao meu carro, que ficara no estacionamento externo.
De repente, a poucos passos, vejo uma pessoa encostado à parede
pensativo. Era ele!...Gritei Francisco! E ele se aproximou surpreso.
Disse-lhe tenho uma coisa para você. Abri a bolsa e retirei
R$ 50,00 e pus em suas mãos. Ele, nervoso e alegre, sorria de
contentamento. E mais alegre eu fiquei, pois dali sai com o
coração aliviado por ter praticado uma boa ação. Agora, sei... A minha
noite de Natal vai ser completa.
poeta
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