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O Sertão do Amor

 
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O agreste tem a forma do meu coração solitário
Sofre com a seca que racha o solo sertanejo
Com a escassez da fonte que alimenta este cenário
Coberto pela poeira trazida pelo vento alísio do desejo

Aqui não tem chuva para as singelas flores
Apenas lágrimas que se derramam na mata branca
Formando uma caatinga rasteira de muitas dores
Na pele semi-árida vertendo o suor sem estanca

O sertão do amor é uma verdadeira estiagem
De sentimentos que não provam da sua essência
Dos sabores perdidos no calor de cada paisagem
No toque dos lábios umedecidos nessa não existência

Hei de chorar até o dia que chegar minha morte
Para me livrar do tormento que me causa este fel
Enquanto meu amor sonha com teu morno rio do norte
O único lugar onde meu sertão encontra sua Ponta do Mel



Helen De Rose
No Clube de Autores

*poesia escolhida na Antologia de Poetas Brasileiros - Volume 67 - lançamento: Agosto / 2010 - CBJE - Rio de Janeiro.
 
Autor
HelenDeRose
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/03/2013 23:34  Atualizado: 10/03/2013 23:34
 Re: O Sertão do Amor
Boa noite Helen.
Que triste poema que declara...
Como é assim tão agreste a imagem que se faz sobre a dor do amor não recebido? Como é possível suportar dores intensas desta natureza? Como?
A realidade da vida, é mesmo assim.

Cumprimentos,


Frank_Mike


Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 15/05/2014 18:36  Atualizado: 15/05/2014 18:39
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: O Sertão do Amor
Poetisa Helen
Excelente!

A dor do amor não recebido é comparado a seca do nordeste, da falta de água que alimenta e faz viver tudo.

Justa comparação!
Beijos!
Janna