Na solidão do asfalto
Chuto tampinhas
Mãos nos bolsos
Roupa negra
"Carlitos nú"
Nua indiferença
Do vento na mata
Folhas sêcas
Correm e param
Incessantemente barulhentas
A infinita estrada reta
O horizonte longíncuo
Silêncio e ruidos
Inter-valados
O tempo não passa
Os passos do tempo se arrastam
O sol castiga
Ora quente, ora vibrante
Exala mirangens do chão negro
Caminhos sem direção
Travessas sem placas, sem luzes
A tarde à dentro, adentro
Atento desfechar do dia
Sem luzes de cruzes no céu
Recuso roubar estrelas, a vida
Afora o tempo
À fora os anos
À forra o sentimento
Não tem sentido
Sentido de tormento
Roubo a mim
Os olhos brilham
A noite escura e fôsca
O céu negro está agora fiel
Com os céus da memória
O espírito levita
O corpo evita o contato da morte
Fraco e tonto, caminho
Caminhos já tortos, tropeços
Os olhos embaçam
As luzes me faltam
Inúteis luzes
Inúteis caminhos
Inúteis todos.
(leia também de minha autoria "Caminhos à Vida"
Daniel Flosino Lopes (Danny)
Poeta, compositor e escritor
Canções em festivais de músicas como MPB-Shell, coletâneas literárias da Shogun Arte e Crisalis Editora pelo Rio de Janeiro, crônicas no jornal Gazeta de Ribeirão Preto entre outras obras.