lembrei-me do poema do alexandre
mas não sei por que me visita
agora
quando o álbum fotográfico folheio
puto sobre o triciclo de braços
bem erguidos
como a imagem que guardo do agostinho
o poema do o’neill
que me visita
fala do belarmino não do agostinho
e eu de braços erguidos
triunfal
cortando a meta
as metas da infância
somos campeões com jeito
tu o sabias o’neill
enquanto agarro nas palavras
agarro nas palavras
pelo colarinho
e acendo a palavra lareira
não para acordar as cinzas
mas para acordar o poema
que me fuigia agora entre dedos
atiro a toalha ao fogo
que para tentações basta o revólver
que na gaveta aguarda o verso
derradeiro
o fundo da garrafa
que à mesa do tempo bebo
Xavier Zarco