Poemas : 

[lembrei-me do poema do alexandre]

 
lembrei-me do poema do alexandre
mas não sei por que me visita
agora
quando o álbum fotográfico folheio

puto sobre o triciclo de braços
bem erguidos
como a imagem que guardo do agostinho

o poema do o’neill
que me visita
fala do belarmino não do agostinho

e eu de braços erguidos
triunfal
cortando a meta
as metas da infância

somos campeões com jeito
tu o sabias o’neill
enquanto agarro nas palavras

agarro nas palavras
pelo colarinho

e acendo a palavra lareira
não para acordar as cinzas
mas para acordar o poema
que me fuigia agora entre dedos

atiro a toalha ao fogo
que para tentações basta o revólver
que na gaveta aguarda o verso

derradeiro

o fundo da garrafa
que à mesa do tempo bebo


Xavier Zarco



 
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Xavier_Zarco
 
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