Caem gotas cintilantes do meu olhar
E algo novo ousa surrupiar o meu sorriso.
Trago em meu peito o teu nome cingido
Em líquidos balsâmicos, mirras e almíscar.
Saudade medonha invade a minha alma
Soluços bravios balouçam os meus rios
De lágrimas que prateiam meus cílios,
Inchando as velas de sonhos côncavas.
Bebo dessa água que é o meu choro sentido
Parte de mim que em temporal se precipita
Sinto meu eu que, dentro de mim, apenas grita
A procurar por esse alguém, por aí, perdido.
Nuvens de tristezas fazem, no meu céu, escada.
Meu coração bumba mais fraco, triste;
Como a lembrar o dia em que tu partiste
Para a terra, a tua eterna e última morada.
Caio em desespero e me retorço nos frios
A lamentar o teu calor ao meu lado na cama.
Algo entristecedor me refrigera e me inflama
Deixado dentro de mim imensos espaços vazios.
Nada para acalentar, para acender essa chama
Que minha alma invade em saudades medonhas;
A lamentar a falta do teu calor na minha cama
Em certas horas dessas certas noites tristonhas.
Gyl Ferrys