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Alma Ferida

 
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Na complexidade dos sentimentos, que invadem meus pensamentos. Sou apenas uma criatura, cheia de emoções, que invadem minha alma.
Desestrutura minha criatura...que balança na corda bamba.
Não sabe se vai, nem sabe se fica.
Anda por uma estrada desvairada, desequilibrada, insone, em frangalhos.
Pés no chão, cabeça nas nuvens.
Sem raciocínio, em completo desatino, não há um destino.
Não há lucidez, arrasta-se nos entulhos da vida, comendo as sobras em latas de lixo, muitas vezes agradecida, por encontrar comida!
Não há lucidez, entrega-se à surdez, joga-se pra dentro de si mesma, nada de fora chega ao coração.
Segue uma vida entregue ao desamor, sem sabor, sem emoção, como... nada escuta, segue na luta, em batalhas cheias de derrotas.
Há nudez, impregnada em roupas esfarrapadas, o corpo, a mente, inconsciente se desnuda.
À sua volta, os transeuntes passam, também estão cegos, e nus.
Sou uma criatura invisível, se corro, se ando, se grito, mesmo assim, não existo!
Sou apenas frangalhos da humanidade, será que ainda resta em mim, alguma humanidade?
Olhos sem vida, espreitam a escuridão que me cerca, sou escrava, apenas uma invisível criatura que geme inaudível nas escuridões e névoas das noites frias.
Envolta na fumaça do cigarro, da pedra, do pó, que aspiro, substâncias que queimam, que ardem, que destroem, não somente um corpo doente, mas, almas insanas, errantes, que, nem um animal irracional tem vida igual.
Escravizada criatura, acorrentada em grilhões das paixões que a vida levou.
Não culpo a vida! A vida é pra ser vivida.
É pra ser muito querida!
A criatura em mim... foi que, não soube enfrentar os obstáculos, as barreiras, as opções mau tomadas, caminhos íngremes, instransponíveis.
Sou fugitivo do amor, das emoções e dos sentimentos. Nada que me leve ao menor pensamento de lutar, de sobreviver.
Continuo,
sem forças, à procura da escuridão, a Luz neste momento não é opção.
A luz é apenas um lampejo, um ínfimo desejo, de uma entrega, por um amor maior, o amor por mim mesmo.
Somente, quando a criatura amar, a si mesmo, e ao seu Criador, encontrará uma brecha na muralha, uma luz no fim do túnel, e o intransponível, será apenas um novo caminho para uma vida sem drogas.
Uma vida onde não há lugar para a morte!
Porque! porque! Viver é a única opção a seguir!


Fadinha de Luz


Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)

 
Autor
MariadeFatima
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 03/03/2013 02:24  Atualizado: 03/03/2013 02:24
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Mensagens: 10200
 Re: Alma Ferida
Olá Maria de Fátima, sua personagem atravessa uma ponte que está mergulhada na escuridão, isto é comum , nesta nossa materialidade, o bom, e que depois de sermos depurados em justa medida,
Voltamos ao nosso caminho de luz, Parabéns pelo seu contundente poema, um grande abraço, MJ.