Poemas : 

A pele do homem (e a merda também)

 
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A pele do homem




A cascavel muda de pele,
É da sua natureza.
O homem,
Diante da impossibilidade,
Falseia.
Os radicais viram poetas.

Os medíocres
Não se encaixam em nenhuma categoria,
Sem pele e sem vida,
Vagam como fantasmas.



MF.


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E a merda também


Depois de escrito o poema acima, fiquei em dúvida sobre a palavra ‘falsea’, então pedi arrego ao Google, que aliás,como diz o Zésil, é meu “amiguirmão” por puro interesse de minha parte, porque sou o mais incompetente de todas as criaturas que exercitam a língua portuguesa/brasileira.
Agora vejam a surpresa, pelo menos para mim, que encontrei na Wikipédia:
“Falseabilidade, falsificabilidade ou refutabilidade é um conceito importante na filosofia da ciência (epistemologia), proposto por Karl Popper nos anos 1930, como solução para o chamado problema da indução. Para uma asserção ser refutável ou falseável, em princípio será possível fazer uma observação ou fazer uma experiência física que tente mostrar que essa asserção é falsa.
Por exemplo, a asserção "todos os corvos são pretos" poderia ser falseada pela observação de um corvo vermelho. A escola de pensamento que coloca a ênfase na importância da falseabilidade como um princípio filosófico é conhecida como a Falseabilidade”, e por aí vai ad infinitum.

Pois bem, este poema foi evacuado às 3h da madrugada, sentado na latrina, imitando a posição de “O pensador” de Rodin, em meio às contrações peristálticas de meu nobre e exigente intestino. Rodin, com certeza, pensou sua escultura assim. De forma que esta grande obra de arte nada mais é que a representação de um esforço constipativo.
Mas, voltando ao poema. As duas merdas foram evacuadas quase simultaneamente e as duas teem um final, por assim dizer, feliz; chegaram a um bom termo. Fiquei pensando: Quem estimulou quem? Uma filosofia contaminada por coliformes fecais, vão dizer, mas usando um bom filtro neuronial, pode ajudar uma planta a crescer mais viçosa, assim acontece com os lírios nos pântanos. Pois.
Enfim, a merda nasceu da poesia ou a poesia, da merda? Ou ambas se intencionaram, para desgosto dos puristas? Dei a descarga. Uma pegou o caminho dos esgotos para se misturar à àgua tratada que bebemos diariamente. A outra, à guisa de poesia ganha o mundo, outro tipo de esgoto, só que mais perfumado e pretensamente civilizado.
A verdade é que sempre quis fazer isso, colocar a merda numa posição de destaque, filosófico até. Afinal, todos querem esconder suas merdas sob a maquiagem bem delineada, por conta de um preconceito que acho contraproducente. Precisamos dar a carta de alforria à merda, portanto. É muito salutar, na verdade é uma profilaxia de excelência na área dos transtornos mentais. Claro, ser autêntico e livre tem seus custos. Não haverá unanimidades, os amigos serão poucos, embora de boa qualidade. Não estou falando de perder a boa educação e sair magoando os animais e a estultícia alheia. Pode parecer o oposto, mas falo da luz. O sol fica mais ardente e as queimaduras podem acontecer, mas em compensação a vida entra em combustão espontânea,vira um incêndio.

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Moral da história: ainda estou pensando.

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Gente, pensar é a moral da história, sacô?


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Srimilton
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Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 28/02/2013 22:40  Atualizado: 28/02/2013 22:40
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: A pele do homem (e a merda também)
Muito útil seu WC
Gostei do poema, mas muito mais da dissertação.
Boa noite


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/02/2013 23:08  Atualizado: 28/02/2013 23:08
 Re: A pele do homem (e a merda também)
De fato até o falso carece prova, o final, foi ruim. Beijim


Enviado por Tópico
ArysGaiovani
Publicado: 01/03/2013 01:22  Atualizado: 01/03/2013 01:22
Usuário desde: 03/03/2012
Localidade:
Mensagens: 117
 Re: A pele do homem (e a merda também)
Boa noite.

Gostei do seu apanhado sobre a filosofia da merda. Apenas, acho que " patinou" no "cloriformio" e na "combustão expontânea". Mas, isso não é da minha conta. Um abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/03/2013 01:46  Atualizado: 01/03/2013 01:48
 Re: A pele do homem (e a merda também)
vire poeta, falseie mas não esperneie...

mandou bem à bessa no poema... mas fiquei assustadíssimo, pois, já é epidêmico a cagada generalizada num ataque de colifórmes, imagino um surto gastroenteriteagudo por esses mutados em 'clorifórmios fecais'... hahaha


meu abraço caRIOca


Enviado por Tópico
miriade
Publicado: 01/03/2013 02:25  Atualizado: 01/03/2013 02:25
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Mensagens: 2171
 Re: A pele do homem (e a merda também)
O poema brotando dos sentimentos, passando pela víscera abdominal que vai do estômago ao universo,pô...esia!

carinho, Lu







Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/03/2013 11:58  Atualizado: 01/03/2013 11:59
 Re: A pele do homem (e a merda também)
Olá Milton, gostei do poema. Do texto só gostei da frase final. Mas, gostos não se discutem, rs. Muita luz! Um abraço

Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 03/03/2013 18:52  Atualizado: 03/03/2013 18:56
Colaborador
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Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: A pele do homem (e a merda também)
Amigo Poeta
Milton

A poesia fiquei pensando...gosto de rabiscar umas coisinhas...não sei onde me encaixei...sobre o texto...e não é que conseguiu colocar a dita cuja numa posição de destaque mesmo...a última frase creio que tem toda a razão...pensar é a moral da história...
Bjus
Carol