Poemas : 

o fogo da divina ira

 

Apesar das grilhetas
elos invisíveis
amarradas às costas
de seres sobrenaturais,
apesar de ouvirmos sereias
e o som de trombetas
arrastando cadeias inclementes,
não sabemos mais
o que devemos fazer
para venerar os ancestrais,
para completar esse círculo
que os profetas nos deram.

Toda a vontade nascente,
todos os esforços,
toda crença e fé evidente
nas nossas próprias obras,
sem pretexto aparente,
torna-se matéria fungível
pendente em todos os altares
onde arde tão veemente
o fogo da divina ira.



 
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FilamposKanoziro
 
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