No começo d’uma tarde
limpa de chuva
o galo cantou
e minh’alma sentiu
- outra tarde e hora limpa
de chuva e a cantiga do galo -
lembranças intangíveis,
mas quase palpáveis de
de tanto que sentiu.
Foi um toque de momento
dorido apertando a fronte
e a mente fugia
vazia de luz.
Doeu a repetição
de tudo e de nada
com uma saudade pedindo-me
pra voltar pr’aquele longe
tão longe escondido no tempo.
Estremeci com o sopro
da outra tarde a
chamar-me de volta,
e quis reviver tudo
o que eu queria saber.
Mas só sentia o contorno
do embrulho
com fatos d’um tempo
perdido dentro de mim.
e chorei e o porque
eu nem sabia!
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.