Falam por ai que o amor e a loucura andam juntos. Não é verdade!
A paixão sim! Vive de braços dados com a loucura. É desmedida, desvairada, não sabe onde pisa. Mas o amor... Pode acreditar, o amor tem lá suas razões. Aos olhos dos outros, elas podem até não fazer sentido algum. Mas tem!
Talvez a confusão é que o amor nasce mesmo da paixão. A paixão é o primeiro impulso, porém seus motivos são bem diferentes. São muitas vezes mesquinhos, visando satisfazer nosso ego: Queremos o que há de mais belo, tudo tem que ser perfeito, é o desejo sexual que fala mais alto, grita... Já o amor não. Ele não é egoísta, aceita os defeitos e é a compreensão, a amizade, o carinho que comandam o som e falam por nós.
É a paixão que se transforma em amor, mas é com o tempo que acontece, aos pouquinhos, dia a dia. Quando surge, já sabe muito bem onde pisa. Às vezes torce o pé sim, mas já não é pela loucura, por não pensar direito nas consequências, por se entregar de corpo e alma à alguém que não nos merece. Dói mais, mas nesse caso a culpa sempre vem dos dois lados.
Conheci minha esposa na adolescência, estamos juntos a vinte e três anos. Espero envelhecer ao lado dela, mas se não for esse nosso destino, se algo de ruim acontecer, mesmo por motivos sórdidos, mesmo assim, espero que ela seja sempre muito feliz. Acho que não vou conseguir deixar de me importar com ela, não quero nunca vê-la triste.
Passamos tantas coisas juntos, não só momentos felizes. Não mesmo! Nesse tempo todo, ela sempre foi minha companheira, minha amiga, minha cúmplice. Amor é isso: companheirismo, amizade, cumplicidade. Conheço todos os seus defeitos e qualidades. E ela parece, às vezes, me conhecer melhor do que eu! Posso dar dezenas de motivos do porque a amo. Não cabe loucura aqui, pois loucura seria não amá-la.
[::]
| |
( O )
( ___ )
GELComposições