A Lua nasceu por traz da colina, levemente sinuosa, dava a impressão, que, era uma sementinha, despontando da terra, magicamente rompendo as suas entranhas como em um nascimento.
A medida que ia subindo e galgando as alturas, mostrava sua majestade e sua altivez. preenchia a terra com sua luminosidade prateada. Era assim, como um maestro usando sua batuta para indicar que fosse alcançados os acordes mais agudos, a natureza rendia-se aos seus pés, como súditos rendem-se, na presenças de seus reis e rainhas.
Magnífica, preenchia a sombra da noite, lentamente...banhando com sua luz, as colinas, as florestas, os rios, os mares, as lagoas e as cidades. Enamorados, embevecidos olhavam-na, como se fosse a primeira vez à vislumbrar tão radiosa beleza.
Uma lagoa serena, simples, a mais simples e desconhecida por quase todos, rendeu-se à beleza extraordinária da lua em uma noite qualquer de verão.
Contudo, seria a maior testemunha de tão rara expressão de beleza.
Nas águas tranquilas e serenas da lagoa, à superfície da água, transforma-se em um espelho, que reflete em suas laminas d`agua a beleza inusitada, jamais vista por olhos humanos, somente, existia naquele momento...a lua e seu reflexo de extremada beleza.
A Lua enamora-se por sim mesma. Embevecida por tanta beleza, ficou a mirar-se, esquecendo-se do tempo, esquecendo das leis que regem à natureza.
Adormece, envolta em seus sonhos, esquecida das horas. Acorda assustada com a luz do Sol, que vem com todo seu esplendor, aquecer a terra e levar a escuridão da noite para seu lugar secreto, até que novamente chegue à noite.
Assim, pega de surpresa, em seu deslize, e sentindo-se culpada por quebrar uma das leis da natureza que é: O sol brilha no dia e à Lua brilha à noite.
Envergonhada, e sem saber como agir.
¨Pensou: Se eu ficar bem quietinha, talvez o Sol e as pessoas , nem notem a minha presença e que estou, ainda, aqui no céu.
Contudo, o Sol, notando a tímida lua, quase que transparente, ainda em seu posto no céu. Gentilmente, ¨ sussurra-lhe ao ouvido: ¨Não se avexe! Na natureza há espaço para todos, e você Lua, fique à vontade e desfrute junto a mim, de um dia esplendido de sol muito ardente de verão.
A Lua, agradecida pela generosidade do Sol, aceitou o seu convite.
É por este motivo, que de vez em quando, vemos a lua no céu em pleno dia, vemos o sol e a lua dividindo o mesmo espaço no céu.
Moral da estória: Sempre há espaço para todos quando usamos de um sentimento chamado de: GENEROSIDADE!
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)