Poemas : 

Este verão de humanas bocas

 
Na justa estafa,
a moral impoluta.
As pernas misturadas
e um braço que finda em uma cintura.
Meu horizonte é um dorso.
A natureza ali fragmentada
na devassidão em pausa.
Coração em diáspora,
o trovão briga fora do quadrado,
após a imensa luz que antevimos
ao verso recitado de bruços,
neste verão de humanas bocas.


o mais importante não se conta, se constrói com o não dito, com o subentendido, a alusão”. (Piglia)[/color][/color]

 
Autor
Maria Verde
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/02/2013 22:14  Atualizado: 21/02/2013 22:14
 Re: Este verão de humanas bocas
parabéns pelo adorável poema, encantador

Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 24/02/2013 17:53  Atualizado: 24/02/2013 17:53
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6700
 Re: Este verão de humanas bocas
Maria,
Só o verso "Meu horizonte é um dorso" a mim já é um grande poema.Gosto do teu estilo poético , mas isso não é novidade para ti.
Bj


Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 07/07/2016 10:10  Atualizado: 07/07/2016 10:10
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: Este verão de humanas bocas
Que força colossal que implode dos teus versos! Estou extasiada…
Verso a verso somos conduzidos por movimentos e imagens num ritmo tão acelerado que nós próprios nos sentimos como protagonistas de uma “estafa” - obviamente “impoluta” porque mesmo que haja “um braço que finda em uma cintura” e um “dorso” que seja “horizonte” no meio de “pernas misturadas” a tua forma de o expressar é pura poesia… delicada e subtil, sem nunca ser monótona.
E ainda há espaço para um “trovão” brigar “fora do quadrado” “após a imensa luz que antevimos”…
A um primeiro olhar/leitura, parece que o trovão surgiu do nada, perfazendo uma paisagem surrealista, mas não… “trovão”, “coração em diáspora” (vou levar este verso comigo… fiquei embatucada quando o li e depois reli, reli, e reli… e o embatucar não passou) pertencem ao mesmo tempo “de humanas bocas” onde os versos de recitam "de bruços" e são tragados pelo leitor na “devassidão em pausa” em que te lê.
Ufff… É preciso ter bagagem para te acompanhar.
Poderoso…