Quando te vi, pela primeira vez, não sabia de mim,
E foste tu minha estrela guia, que me reorganizou.
Como num repente, apaixonei-me, de mim para ti,
E, desde logo, toda a minha vida passada, mudou.
Não quis saber mais de espectros – ó dócil alecrim!
E foi a tua subtil chegada do nada, que caracterizou
A minha tendência suicida, buscando qualquer fim,
Com palavras de sabedoria, a quem tanto procurou.
Minhas veias, como roxas varizes, são testemunho,
Do muito que nesta vida sofri, dormindo ao relento;
Embora sem queixume, assim calado, frio em punho.
Mas, tudo isso é passado, que não tem mais volta,
Agora vivo o meu dia a dia contigo, teu doce alento,
E tendo apenas, o nosso amor, livre e sem escolta.
Jorge Humberto
03/11/07