Saudade das castanhas
Que o meu avô me dava
Embrulhadas em papel
De notícias atrasadas.
Saudade dos trovadores
Dos poetas e doutores
Das varinas do mondego
Guitarradas e cantorias.
Saudade das mercearias
Nos becos da minha cidade
Dos aromas inconfundíveis
Desta minha eterna saudade.
Saudade dos pregões
Dos aguadeiros ao vendedor de limões
Da peixeira que apregoava
Do amolador que assobiava.
Saudades do meu avô
Que nas ruas desta cidade
Banhada pelo mondego
Um dia me disse adeus.
(Gaspar Oliveira)
Gaspar oliveira