Mais um dia em que a palavra se perdeu
Em punhetas deitadas ao rio...
Momentos antes, de caneta erecta na mão
pensei que era o Tempo
e a tinta gotejou vigorosa sobre
coisas que eu sei mas não quero dizer.
Depois vi que o tempo não era meu para dizer
E agora forço a nota em pontapés de bicicleta
enrolados numa bola de letras que erra
o alvo perante o espanto do público,
quebro o pé às rimas que se recusam a violar
a minha privacidade e forço-as ao alfinete de peito calão,
faço recomendações de duvidosa utilidade
a criaturas de má vida e perpetuo-me
numa rede de tantos outros iguais a mim
em eternas menarcas adiadas
NR