O amor é um lugar tão comum, que, por vezes, até chega a ser estranho.
Coisas do tipo - começar uma frase ou acabá-la com a palavra "amor" - passou a ser uma banalidade tal, que em certas ocasiões, quando sou obrigada a ouvir determinadas conversas de pessoas com o telemóvel sempre colado à orelha, nos transportes públicos ou em qualquer outro sítio do qual não tenho hipótese de fugir, me levam a pensar que eu é que devo ter qualquer fio desligado e que, portando, estarei avariada...
É que a palavra que deveria ser especial, sai disparada como qualquer outra, e atenção que não falo só de teenegers, falo também de gente já bem madura(?), mesmo que a conversa se tenha, entretanto, azedado. E entre amores e palavrões, risos, gritos e gritinhos, lá se despedem finalmente com um beijinho e um até já... (e já não era sem tempo!) dando a impressão de que em menos de nada se estarão a encontrar, levando-me mais uma vez a pensar que aquela conversa era bem escusada (e depois queixam-se da crise e do dinheiro que não chega para tudo... pois!). Acho aquilo tão ridículo que até me dá vontade de rir ainda que o quadro nada tenha de engraçado a não ser, claro, a figurinha triste que certas alminhas fazem sem se darem conta de que ao seu lado haja quem possa estar a ouvir e a fazer o seu próprio juizo. Mas será que alguém se importará com isso? Quer-me parecer que neste mundo de hoje, o desrespeito pelos outros e por si mesmo é coisa que não merece a mínima importância. Conceitos de liberdade... digo eu.