Poemas : 

No apogeu do vinagre e das cinzas - LIzaldo Vieira

 
Apogeu do vinagre e cinzas - . Lizaldo Vieira
No inicio
Nada de reclamações
Marezsia
Parece mais primavera em flores
Fartura de amor
Viver meu pecado sem limite
Dançando
Bebendo
Pulando frevo
Sem medo
E sem segredos
Vendendo beijos
Suado
Esacndalosos
Safados
Barato
Feito tapioca e banana na feira
De Carira
Tudo festa
Quanto mais largadinho
Melhor
Até a lua nova se deita mais tarde
As meninas de aju
Fogosas que só
Semeam fogo de amor
No nanco da praça
Muito convite pro xamego
Quem não gosta
Desfile de sereia seminua
Na praia de atalaia
No boco dos cocos
Um temporal de flores do sol
Chegam com o banho de mar
Chicletança na quebrança
Que o mengo vai ser campeão
Trabalho
Compromissos
A cuca refrescar de vez
Que se dano o aumento de combustíves
Da farinha e do sal
Os cambaus
Pra fora daqui praga de urubu
Longe de mim
Vai pro lixo coisa ruim
Minha importancia é pra nova vida
Nem pensar no noticiário da dia
Pra que acordar cedo
Escovar os dentes
Fuçar jornais
Observar editais de emprego
Ler texto do cursinho
Quero mais é prosear
Fuxicar do vizinho
Bater pernas
Ladeira abaixo
Acima
Fazer caracol na avenida
Hoje é meu de escanchar
O diabo nos quadris
Virar bicha
Piriguete
Meretriz
Tô todo prosa
Por conta da alegria
Só comendo água .
Quero mais é virar pó
Ficar no vinagre
Alegria sem fim
Até a festa acabar
Depois me deem noticia
Se a mangueira entrou arrasando
E se saiu bem na avenida
Se os bonecos de mestre vitalino
Subiram e desceram fazendo graça
Amanhã
Deixe-me de molho na bacia com vinagre
Joga por cima muito sal grosso
Dos pés ao pescoço
Gargarejo de pimenta e gengibre
Tenta recuperar o homem dantes
Suave
Sereno
Navegante
Que circulara por aí
Tonto
Zonzo
Zombando da tristeza
Rindo do palhaço
Desesperado com estonteante alegria
Sem motivo
Nem razão
Pena que a carne é fraca
E o pecado gosta
Abraça
A multidão se delicia
A rua ficou cheia curtição
Neste experimento de devaneios
Você nem tem tempo de pensar
Nos indicadores
Do que sobe e desce no mercado
Contas e mais impostos pra pagar
O livro do filhinho
Escola mais cara
A gasolina
O supermercado
É tudo aumentou
Num piscar de olhos
Pra piorar de vez
Vou castigar a garganta no Própolis
Recarregar as baterias
Pois
Sem querer querendo
Sempre dou importância ás aventuras
E outras gostosas bobeiras que o povo inventa
Ainda nem pestanejei
Lá vem o bacalhau ao coco
Recarregar baterias
Caminhar léguas tiranas nas quatorze freguesias
Com os penitentes de Cominho
O forró caju
Já tá no calcanhar
Festa do mastro em capela
Tremer a terra
No Lambe sujo e São Gonçalo
Em laranjeiras
Girar o mundo no parafuso de lagarto
Arre égua
Quanta festa
A gente pira todo dia
Mais só de alegria...


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
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Lizaaldo
 
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