Ao entrar no hospital
Apertei a mão à morte
Mas ela não me reconheceu.
Passei no momento idéal,
Confesso que tive sorte
Ela não me arrefeceu.
Tôda vestida de nêgro
Com ar de pucos amigos
Olhou para mim com desdém.
Com um voar de morcêgo
Foi entrar no seu abrigo
Sempre a pensar em alguém.
Odiada por nós, os vivos
Tem a decisão suprêma
E uma liberdade invulgar.
Conségue seus objéctivos
Tôda a gente a condena
Ninguém a consegue matar.
A. da fonseca