Num canto pequenino do teu espaço
Por janelas e portas mal guardado
Pergunto-te a ti ó mundo de agora
O que sabes tu do meu coração?
O que sabes? Vá lá diz-me ou dizei-me…
Acaso adivinhastes o meu primeiro choro?
Acertastes o cheiro da minha primeira flor?
Já esperavas a agitação do meu primeiro beijo?
Engoliste porventura a minha primeira amargura?
Sei que trazes em ti todo o infinito
Tempo e espaço de um passado e futuro infinitos
Horizontes e perspectivas infinitas
Que até as estrelas tolhem num reboliço infinito
Mas mundo, eu não sou estrela
Sou toda a força da minha luz infinita
Faço questão de lembrar as minhas paragens
E sim… eu amo.
Tenho um amor de sempre
Maior que todas as combinações elementares
Que a matemática avançada possa atingir
Nem uma frota completa de mundos como tu
Poderá jamais compreender
O que eu guardo…
Sendo a palavra consciente a primeira das cedências
Pois dizer Abril é acomodar-se logo à chuva
Mesmo sabendo isso, não consigo resistir
Esta será a única verdade que te digo mundo
Amo! E amo muito!
Não me roubarás aquilo que amo em ti
Jamais destroçarás um coração que não conheces
Chorarei… e depois?
Acaso os barcos morrem em terra seca?
Não.
O que dizes? Sim?!
Os barcos apodrecem…em terra…seca…
Concedes que sejam alguns?
Eu não faço concessões e afundo esses barcos!
Na tua lama … húmida!
E não espero!
Não quero o teu tempo geológico para nada.
Eras, períodos e idades deixo-os para a história
E para mim peço que isto não acabe tão cedo
Luzes minhas que inspirais minha vida
Que alimentais a força do meu coração
Sempre que uma de vós se apaga
Neste mundo que tudo em si modifica
Em troca de lágrimas recebo
Aquilo que ninguém me pode roubar
A luz que em ti me pertence
Enquanto eu não for de ninguém
Destroçado…ainda não!