A JUVENTUDE
Ó juventude!
Precisei de uma vida
Para te perceber,
Aceitar a tua penitência
Numa esquina da minha alma.
Pensei
Que sou capaz de vencer o mundo,
Que sou capaz atirar-me livremente
Em tua lagoa azul,
Sem lhe sentir a dor e o timidez,
Passar sobre a tua pequenez
Como um dirigível
Acompanhado pelo vento
Numa passarola vazia de área.
Ó JUVENTUDE!
Não és mais do que uma droga
Rapé dos pulmões
Ate ao delírio ou a inconsciência.
As palavras
Foram os meus inimigos,
Sem saber que em cada tua pulsação
Há uma dor
Com a qual sobreviveste sem eu reparar.
Não estava a sentir mais
O fumo nocivo duma liberdade quimérica,
Na qual me respirou
O sangue invadido.
As pessoas deviam
Nascer velhos
E morrer crianças
Livres de mascaras inúteis
E remorosos…
E que a primeira
E a ultima palavra
Dita
Seja MÃE…
Bejinhos & abraços
Mademoiselle Scarlett