(...)
Tu não paras e eu entro no teu balancé.
O meu raciocínio escapa-me nos finos fios do meu instinto animal, as minhas garras soltam-se e eu rasgo-te a pele com a fúria de um desejo que incendeia e que ardendo anseia ver-te sofrer.
Bato-te! Esfolo-te! Rio-me na tua cara.
Provoco-te, mostrando-me acima de ti.
Tu gozaste e com gozo não paraste agora sirvo-te gelada esta desforra.
Fazendo-te sangrar o vulcão que vai em mim, deixo-te à deriva dos meus piores pecados.
Quantos os paladares deixo cerrados nos teus lábios em sigilo.
Uma saudade que planto e rego em ti, sem que te apercebas.
Anestesiando-te, fazendo-te crer que me dás prazer a mais, gemo e não nego que não o sei parar.
Tu, pensando-te a rainha deste baile de finalistas tentas parar-me surpresa e incapacitada de sofrer as consequências.
Mas eu não paro e quero mais!
Penetro-te moribunda e profunda de paixão.
Escrevo-te o quão te venero em cada recanto do teu corpo esculpido.
Deixo unhas cravadas e estilhaçadas nas feridas do prazer que pediste.
Deixo sorrisos e olhares gelados em ti.
Confundindo-te, quero mesmo que fiques sem me entender e que um dia deitada
te lembres desta noite e que sintas necessidade de revive-la.
Quero que me mostres que te conheces!
Toca-te em frente à minha cara.
Desperta todos os meus sentidos por ti exercitados.
Mostra-me o teu ego interior através das aberturas que profanas em meu segredo.
Quero ver! Quero querer! Quero sentir-me Tu!
'Dum vita est pO3tica'