Coleciono lembranças.
Guardo todas.
Mesmo as ruins não jogo fora, pois há sempre o que aprender com elas. Eu apenas as coloco por baixo, no meu baú de memórias, e espalho as boas por cima.
Adoro mexer nelas, às vezes bagunço tudo. Algumas se perdem na desordem, mas sei que estão todas ali, basta procurá-las.
Neste meu baú, encontro de novo minha infância, minha adolescência, mocidade, a última festa com os amigos... Revejo meus avós, amigos que se foram. Tanta gente querida que só posso reencontrar ali... Nele, revivo os momentos, reconstruindo quadro a quadro as luzes do meu passado. E todo esse brilho reflete aqui agora, neste exato presente, não só por eu ser a soma de todas essas lembranças, mas por perceber que por tudo que vivi, tenho tanto a agradecer a Deus.
Não vou negar que às vezes dói mexer no passado, a saudade vive no meio dessas lembranças e como um animal peçonhento pode acabar picando. E o veneno às vezes demora pra passar. Mesmo assim vale a pena, pois mesmo a saudade, por mais que doa, traz algo bom consigo: O conforto de saber que só a sente quem realmente viveu algo que amou ou amou alguém com quem viveu.
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